O meu filho recusa-se comer... e agora?
2024-10-16 Publicado por:
A alimentação de uma criança desenvolve-se desde o seu nascimento, no momento da sucção do leite materno, depois pela introdução de alimentos em puré, passando a alimentos mais consistentes que a criança já mastiga até aos alimentos mais duros.
Para que todo este processo ocorra de forma eficaz é necessário um desenvolvimento adequado do sistema neurológico, psicomotor e comportamental. Deixar que passe o tempo do período ótimo para iniciar a introdução dos alimentos sólidos, pode levar a que se torne difícil para a criança aceitar e surjam as dificuldades de mastigação. Quanto mais distante este período ótimo, maior é o risco de rejeição de novos paladares, consistências e texturas.
O ato de comer, ao contrário do que se possa pensar, é bastante complexo. Existe uma aprendizagem alimentar, na qual a criança desenvolve uma série de competências. Este desenvolvimento não ocorre de forma igual em todas as crianças, e quando as dificuldades na alimentação surgem têm um grande impacto na vida da criança e da sua família. Deste modo, se uma criança não quer comer, se recusar ou apresentar resistência a certos alimentos é importante perceber o porquê.
As perturbações da alimentação podem levar a perturbações no desenvolvimento global da criança, no sistema motor oral com implicações nas estruturas faciais e nas funções com ele relacionadas. Se o desenvolvimento motor oral não for adequado podemos observar dificuldades diretamente relacionadas com a alimentação, mas também com a fala e a respiração, funções que “fazem uso” dos mesmos músculos.
Para dar resposta a esta problemática, criou-se uma Consulta de Alimentação. Nesta consulta, é essencial um Terapeuta da Fala e um Terapeuta Ocupacional (e caso necessário outras especialidades) que através do trabalho em equipa, analisam em conjunto a alimentação da criança ao pormenor, de forma a detetar dificuldades persistentes ou pontuais na alimentação, assim como fornecer estratégias aos pais para atingir o sucesso alimentar da criança.
Deste modo, importa referir o papel do Terapeuta da Fala, o responsável pela avaliação e intervenção nas áreas oromotoras e o papel do Terapeuta Ocupacional, responsável pelas questões sensoriais da criança.
Autor: Helena Oliveira
Terapeuta da Fala com formação em Recusa e Seletividade Alimentar
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