Vivemos numa sociedade cada vez mais exigente, onde as expectativas são altas em diversas áreas da nossa vida. Muitas das vezes, não temos tempo para parar, processar e refletir sobre o que se passa à nossa volta. As crianças e os adolescentes não são exceção. A pressão para serem os melhores alunos, os melhores no desporto que praticam e os melhores filhos faz com que, muitas das vezes, desenvolvam um quadro de ansiedade.
A ansiedade, é aquela emoção ingrata. É necessária, mas ninguém gosta de a sentir. No entanto, tal como todas as outras emoções, desempenha um papel crucial e, sem ela, não existimos. A ansiedade pode ser definida como um sentimento de medo ou apreensão sobre o que está para vir. Contudo, quando experienciada em doses elevadas, pode interferir de forma significativa no nosso funcionamento. Para compreender melhor, vamos imaginar as seguintes situações:
1º. Criança sente-se ansiosa para um teste, mas consegue realizá-lo (confronta a situação);
2.º Criança sente-se ansiosa para um teste e no dia acaba por faltar (evita a situação).
A mesma situação, pode despoletar reações diferentes. Na primeira situação, estamos a falar de uma criança que experienciou uma ansiedade considerada normativa. No segundo caso, estamos perante uma criança que não soube gerir a sua ansiedade.
Dentro das perturbações de ansiedade, as mais comuns em crianças são: perturbação de ansiedade de separação; fobia específica; perturbação de ansiedade generalizada; perturbação de pânico e perturbação de ansiedade social.
Mas, numa altura de folia, alegria e disfarces, quais são então, as máscaras que a ansiedade pode usar? Vamos explorar algumas delas.
- Necessidade de controlo: Controlar todos os aspetos da vida, porque o faz sentir em segurança. Mudança de planos, rotinas e imprevistos podem ser difíceis de gerir.
- Perfecionismo: Muitas vezes, a necessidade de perfecionismo, faz com que seja bastante difícil tomar decisões. Isto acontece porque se acredita que se poderia fazer ainda melhor (p.e., refazer/rasgar várias vezes um trabalho escolar…).
- Pensamentos acelerados: “E se eu falhar?”; “Será que ficou chateado comigo por eu ter dito aquilo?”.
- Sintomas físicos: Calor; dificuldades em respirar; nó na garganta; boca seca; dor de barriga; aperto no peito; tonturas; mãos suadas; dor de cabeça; coração acelerado; visão turva; entre outros.
- Humor: Fazer piadas ou ser mais extrovertido pode ser uma forma de evitar falar sobre o que realmente se sente.
- Aprovação: Necessidade de aprovação dos outros (pais e outros familiares, professores, amigos).
Lembre-se que cada caso é único e que estas “máscaras” podem variar de criança para criança. É fundamental que os pais e cuidadores, estejam atentos aos sinais e procurem ajuda especializada sempre que necessário, uma vez que esta pode ser importante para entender e ajudar a lidar com a ansiedade de uma forma mais saudável e adaptativa.